CAPÍTULO 49 - Goodbye, grandpa!

Oi, meu nome é Beatriz, e eu tô aqui pra quebrar os corações de vocês.

Amor. Essa palavrinha foi a que resumiu toda a nossa noite, falamos disso, fizemos isso, foi mágico.
Após o melhor pedido de casamento de todos, fomos para o hotel no qual passamos nossa primeira noite como namorados, e agora, passamos nossa primeira noite como noivos. Júnior me presenteou com um anel encantador demais para ser descrito. E me contou que havia pedido ao Duda para entrar em contato com a produção, e assim que o John soube que era uma surpresa para fã, ele topou. Nossas famílias também já sabiam de tudo. Eu era a pessoa mais feliz e realizada naquele momento, nada poderia mudar isso [...]

Rolei na grande cama e mesmo sem abrir os olhos, descobri que estava sozinha. Abri meus olhos devagar, e me deparei com o Júnior sentado em uma poltrona de frente para a cama, vestido e totalmente sério.
Thais: Bom dia! -sorri só de ver seus olhos verdes contrastados pela luz do sol que invadia o cômodo. Mas ele estava sério demais, nem parecia a mesma pessoa da noite passada, sequer parecia o meu Júnior- Júnior, o que foi? -ele suspirou pesadamente-
Neymar: Amor...-ele hesitou- Eu preciso que você seja forte! -levantou-se e veio se sentar ao meu lado, na cama-
Thais: Isso é alguma piada? -ri- Não tô sacando.
Neymar: Não, Thais, não é. Foi o seu avô.
Thais: O que tem ele? -me sentei bruscamente na cama-
Neymar: E-Ele se foi, amor. -vi seus olhos verdes iluminados se encherem de lágrimas, ao passo que eu sentia meu mundo cair. Toda aquela felicidade abriu espaço para uma dar incalculável, que eu só havia sentido uma vez na vida, uma maldita vez!- Eu sinto muito mesmo!
Thais: Isso não tem graça, Neymar. -ri de nervoso. Ele permaneceu da mesma forma, não era mentira, ele não brincaria com isso- Não, não, não. Não pode ser, meu avô é forte! Diz que é mentira, por favor diz, por favor, Neymar! -ele negou com a cabeça, sua expressão era solidária, e ele abriu os braços, me oferecendo um abraço que eu não recusei. Júnior apertou seus braços em torno do meu corpo e só então percebi minhas lágrimas molharem sua camisa. Meu chão havia desaparecido, eu estava perdida demais naquela dor-
Neymar: Shh...Estou aqui com você, pra sempre! -prometeu me apertando contra seu corpo, enquanto eu ainda não conseguia controlar minhas lágrimas- Vamos pra casa.

[...]

Eu nunca havia visto a minha casa tão triste. O silêncio era torturador e o que eu mais queria era acordar desse pesadelo.
Daniel: Embarcamos para Nova York essa noite. -me contou, ao desfazermos o abraço-
Thais: Isso é mesmo verdade, pai? -solucei-
Daniel: Odeio ter que te dizer isso, mas sim, meu amor. Foi um infarto. -nos abraçamos outra vez.
Subi para o meu quarto acompanhada do Júnior, e ao me deparar com o painel de fotos polaroide na minha parede, doeu mais. Lá estava nossa última foto, sorrindo e fazendo bigodes de mentira com as mexas do meu cabelo, ah vô!

[...]

Entrar na casa deles e não vê-lo sentado no sofá, reclamando sobre a arbitragem ou a escalação, enquanto assistia ao futebol americano; doeu. Não tê-lo para me ajudar com alguma piadinha para irritar minha avó; doeu. O fato dele não estar lá para implicar com o Júnior; doeu.
Meu conforto parcial foram os braços da minha avó. Eu admirava tanto a sua força, primeiro a filha e agora o marido, seu companheiro de anos. Ela não estava chorando, mas seus olhos inchados a entregavam e a tristeza em sua voz e modo de agir eram perceptíveis.
A verdade é que todos nós morremos um pouquinho, todas as vezes que perdemos alguém que amamos. Sei exatamente do que estou falando.

[...]

Sepultá-lo foi a parte mais difícil, aquela pessoa alegre e amada estava rendida àquilo, e eu não podia fazer nada para mudar isso. Nada que me dissessem ou fizessem amenizava o fato de ver meu avô partindo, e minha avó chorando debruçada ao caixão, fazendo-lhe juras de amor.

[...]

Neymar: Você prometeu que tentaria comer depois do banho. -disse pacientemente, quando tudo já havia acabado, minha avó havia tomado um calmante e dormido, e nós dois estávamos no meu quarto. Ele segurava uma tigela de cereais- Thais, por favor!
Thais: Tudo bem. -assenti contrariada e peguei, mexi na colher, mas faltava vontade-
Neymar: Ele iria gostar de te ver saudável! -ele tinha razão. Fiz um esforço e comi devagar. Após levar a tigela, ele voltou, e nos deitamos de conchinha-
Thais: Você precisa ir embora.
Neymar: O que?
Thais: Você tem o seu trabalho.
Neymar: Nós viemos juntos e vamos embora juntos, já está tudo certo lá.
Thais: Não, eu quero ficar um pouco mais, não vou amanhã. Eu preciso, entende?
Neymar: Claro. Mas tem certeza que vai ficar bem?
Thais: Não sei, mas vou tentar. Minha avó precisa de mim, não é?
Neymar: Todos nós precisamos!
Thais: Obrigada...por ser assim.
Neymar: Eu te amo, minha noiva! -ele incrivelmente me arrancou um sorriso, esse é só mais um de seus dons, me fazer bem.

Neymar on

Fazia quase duas semanas desde que tudo aconteceu. E a Thais ainda estava nos Estados Unidos com a dona Joanna. Era extremamente doloroso para mim, ver ela sofrendo daquele jeito, e deixá-la também não foi nada fácil. Mas foi por insistência dela que voltei para a Espanha, poderia ter pedido despensa ao clube, era o que eu queria, só para cuidar dela. Mas com todo aquele gênio, Thais nunca permitiria.
Dani: ...Você vai né?
Neymar: O que? -me sentei para desamarrar as chuteiras, no vestiário, depois do treino-
Dani: Pagodinho lá em casa, Ney. Te falei duas vezes! -riu-
Neymar: Esqueci, foi mal, cara.
Dani: É no sábado, o pessoal vai, uns amigos do Brasil também. Vê se lembra!
Neymar: Acho que não vai dar, te contei sobre a Thais, né?
Dani: Eu sei. Mas faz um esforço pra ir, vai ser legal!
Neymar: Não vou prometer nada, mas posso tentar.

[...]

A verdade é que eu não estava nem um pouco afim de ir para festa nenhuma. Ainda mais sabendo que a minha marrentinha está lá, sofrendo longe de mim.
Foi só pensar nela que o meu celular tocou, e a sua foto fazendo uma careta apareceu no visor. Sorri.
Thais: Oi.
Neymar: Oi, amor!
Thais: Como é que você tá? Já chegou do treino?
Neymar: Bem, e já cheguei. E você?
Thais: Bem! -ela não conseguia mentir, não pra mim- Mas enfim, liguei pra dizer que volto no sábado a noite.
Neymar: Não vejo a hora! -sorri- Já comprou a passagem? Depois me diz a hora do desembarque.
Thais: Não se preocupa com isso. Você tem jogo no sábado. Eu conversei com a minha avó, consegui com que ela vá comigo, e o meu pai vai nos buscar.
Neymar: Tem certeza? Dependendo do horário, eu posso ir depois do jogo.
Thais: Não precisa mesmo, Júnior.
Neymar: Tudo bem então -concordei contrariado- Daniel quer que eu vá em uma festa na casa dele, depois do jogo, mas vou dar um perdido e ir direto ver você.
Thais: O que? Não. Vai na festa.
Neymar: Você ta me zoando?
Thais: Júnior, amor. -sorri- Olha o quanto você têm feito por mim! Sempre eu, eu, eu. Você precisa se distrair um pouco. Fora que eu gosto do Daniel, e seria falta de consideração da sua parte.
Neymar: Quando você vai perceber que eu fiz porque te amo? Se precisar faço de novo. E sei que você também faria por mim!
Thais: Eu sei. E eu te amo muito! Mas vai, assim que eu chegar na Espanha, tomo um banho e passo lá. Busco você e vamos embora, pra onde você quiser. Tudo bem assim?
Neymar: Não, mas ta bom! -ela esboçou um riso leve-
Thais: Vou ajudar minha avó com o jantar, até depois.
Neymar: Amo você!
Thais: Me too!

[...]

O sábado demorou demais pra chegar, pelo menos ao meu ponto de vista. Eu contava as horas pra tê-la segura nos meus braços de novo, mas o universo parecia não conspirar muito a favor disso.
O dia passou se arrastando. Vencemos o jogo e todos estavam em uma animação pra festa, eu estava muito mais animado com outra coisa.
Passei em casa só pra me arrumar, e depois segui direto pra casa do Dani, mais por obrigação do que por qualquer outro motivo. Eu não estava no clima.
Assim que cheguei lá, encontrei um pessoal que conheço de alguns eventos do Brasil, além de alguns dos meus companheiros de time, e uns conhecidos de vista.
Fiquei conversando por alguns minutos com uma galera, e depois sentei sozinho em uma mesa, com um copo de uísque, pois é.
Em uma rápida olhada pela festa, avistei a Aline, uma brasileira com quem eu já fiquei. Foi uma coisa bem intensa, e eu não estou falando de sentimentos. Que ela é prima de um amigo do Daniel, eu já sabia, mas que droga ela estava fazendo ali, e vindo na minha direção?
Aline: Juninho! -sorriu ela, abaixando-se para beijar meu rosto, e expondo seu decote-
Neymar: E aí, Aline!
Aline: Quanto tempo, não? -riu e se sentou de frente para mim-
Neymar: Pois é.
Aline: Como você ta? Soube que ficou noivo, aliás, a imprensa só fala disso! -riu debochando- Sabe, Ju? -que intimidade é essa?- Eu nunca imaginei você noivo, logo você! -disse com um sorriso malicioso, e eu senti sua perna alisar a minha por baixo da mesa-
Neymar: Mas eu encontrei a pessoa certa, sabe? -me desvencilhei de seu toque- Eu a amo mais do que qualquer coisa! A mulher da minha vida, quero que seja a mãe dos meus outros filhos, entende? -disse com sinceridade e a vi dar um sorriso sem graça-
Aline: E onde é que está a sortuda? -seu tom era irônico e o sorriso também-
Neymar: Deve estar chegando.
Aline: Vou gostar de conhecê-la!
Neymar: Claro! -ficamos em silêncio por uns segundos-
Aline: Isso é sério? Ela está vindo? Eu vi você, e pensei que...Nós...-a interrompi-
Neymar: Você disse que sabia que eu estou noivo, e mesmo assim achou que ia rolar algo entre nós dois hoje? Que tipo de homem você acha que eu sou?
Aline: Não seja ridículo, Neymar! Eu conheço você, duvido que seja fiel!  -riu ironicamente-
Neymar: Aline sai daqui, agora! -usei um tom de voz extremamente firme e sério, ela me olhou incrédula e saiu.
O tempo foi passando e eu não a vi mais, o que era ótimo. Continuei bebendo, não sei porque evitei bebida alcoólica por tanto tempo, mano. Isso é bom, e altamente relaxante. Vez ou outra, um conhecido passava por mim, falávamos qualquer coisa sem importância e tudo bem. Um grupo de pagode, que eu não conheço, apareceu e começou a tocar lá. Eles eram bons, o som me distraía, mas eu não estava animado com nada daquilo. Eu só queria a minha Thais.
Foi quando a vi caminhando na minha direção. O estranho é que eu nunca a vi vestida daquele jeito, seu vestido branco era justo, acentuava perfeitamente suas curvas, e o decote era exageradamente grande. Ficaria até enciumado se não tivesse ocupado demais admirando. Sorri quando ela chegou se sentando sutilmente no meu colo- Oi! -ela não me respondeu, apenas me beijou intensamente, suas unhas correram por dentro da minha camisa, arranhando minhas costas e me arrepiando- Senti sua falta, amor! Vamos sair daqui! -sussurrei enquanto me levantava, e a puxava para dentro da casa-

Neymar off

O que sempre me ajudou a ficar bem, foi o apoio do Júnior. E passar esses dias sem seus braços me envolvendo no melhor abraço do mundo, foi difícil.
Eu já estava mais recuperada, mas perder alguém é uma ferida que não se cura nunca.
Consegui trazer minha avó comigo, não poderia deixa lá, sozinha, refém da tristeza.
Eu estava tentando deixar tudo bem, na medida do possível, e o que eu mais precisava era dele.

Assim que cheguei em casa, depois de ficar um pouco com a minha família; fui me arrumar.
Vesti uma calça jeans detonada, uma camiseta preta dos Beatles, uma jaqueta, e calcei meu coturno da mesma cor. Meus cabelos estavam soltos e meus olhos bem delineados.
Peguei meu carro e coloquei o endereço no gps. Consegui chegar em meia hora. 



Abaixem que ta vindo tiroooooo!
Me contem o que vocês acharam, ok? Os comentários estão caindo, e eu tô triste. Então mesmo se você achar uma bosta, comente aí que está uma bosta, mas comente. É importante!
Thamar ta na reta final, venham chorar comigo, o que vocês acham que vai acontecer? Chega de paz, vocês gostam de treta né? muahaha (que bosta)
Beijos!