domingo, 28 de junho de 2015

CAPÍTULO 54 - It's a girl

Era horário de almoço, e o movimento do trânsito estava sobrecarregado, o que era extremamente chato, e me fez demorar no percurso até o apartamento do Mateus.
Mas assim que consegui chegar, senti um cheiro maravilhoso quando ele abriu a porta, temaki.

Thais: Meu Deus, tem temaki! -quase gritei enquanto entrava-
Mateus:
Muito boa tarde, estou bem, obrigado por perguntar! -ironizou fechando a porta-
Thais:
Não dramatiza. Eu tô quase desmaiando de fome! -fui pra cozinha e ele me seguiu-
Mateus:
Pensei que não era pra dramatizar. -riu-
Thais:
Vou parecer um planeta nessa gestação, mas quem se importa?! -ri enquanto lavava as mãos e ia me servir. Mateus me acompanhou. Começamos a comer enquanto conversávamos-
Mateus:
Tenho algumas novidades!
Thais: Ta esperando o que pra falar?
Mateus: Não fala de boca cheia, nojenta!
Thais: Falo sim! -enchi mais a boca-
Mateus:
Hominídeo! -rimos-
Thais:
Para de enrolar.
Mateus: Tenho cinco shows marcados em Portugal, e dois na Inglaterra. É como se fosse uma mini turnê, no mês que vem.
Thais: Jura? Meu Deus, parabéns! -apertei suas duas mãos- Eu posso ir? Mateus: Claro que...Não! Não vou deixar você ficar viajando pra cima e pra baixo, carregando meu sobrinho. 
Thais: Não tô doente. -revirei os olhos-
Mateus:
Eu sei, mas é melhor prevenir. Isa também não vai, achamos que não é legal ficar viajando para vários lugares na idade do Rafa.
Thais: Que pais responsáveis, me ensina. -ele riu-
Mateus:
Também tem uma notícia não tão agradável. -sua fisionomia leve e descontraída desapareceu- Eu liguei pra avisar minha família, todos ficaram bem felizes, claro. Mas aí fiquei um tempo conversando com a minha mãe, ela começou a falar da Isabela, e eu confirmei que estamos namorando.
Thais: O que tem de ruim nisso?
Mateus: Ela ficou histérica, e disse que não vai aceitar esse relacionamento. Falou coisas pesadas, que a Isabela quer me usar de novo, e agora é por causa do meu talento. É óbvio que não faz sentido, mas eu não queria ouvir isso da minha própria mãe.
Thais: Ah, meu amor, ela só não estava em um dia bom. Ela tem medo que você se machuque, ela é sua mãe.
Mateus: Exatamente, deveria me apoiar. -ele mordeu o lábio, nervoso-
Thais:
Nós sabemos que minha irmã mudou para melhor, ela não sabe, é  natural ter medo por você. Não deveria ter dito o que disse, mas quem não erra tentando acertar? De um tempo pra ela, as circunstâncias vão mostrar que vocês dois merecem a confiança  e o apoio dela...
Isabela: Oi, amores! -surgiu sorridente na cozinha com o Rafael nos braços, e deu um selinho no Mateus-
Thais: 
Nem sabia que vocês estavam aí. Oi, Rafa, amor! -peguei ele no colo-
Isabela:
Acabamos de acordar porque somos desses. Que cheiro bom!
Thais: É tudo meu! -Rafael riu como se tivesse entendido-
Isabela:
Olha o exemplo que você da pro meu filho com essa boca cheia. -riu.

[...]

Alguns dias se passaram, tive minha primeira consulta jo pré-natal e nós dois estamos muito bem, apesar daquele susto. Mateus viajou em sua mini turnê, e Júnior também está super atarefado com várias viagens, por conta da Champions League.
Enquanto isso, Isa e eu resolvemos ir visitar a nossa avó, passar uma semana na Big Apple, e levamos até a Rafaela, outra viciada em Nova York.
Passeamos bastante juntos, dona Joanna teve bastante tempo para curtir muito o Rafael, matei as saudades dos meus Levines também.

Acordei por vontade própria, estava com fome, e a saudade de um certo jogador já começava a aparecer.
Peguei meu celular, respondi tudo que havia para ser respondido, e retornei a ligação da Mariana, pois haviam três perdidas.

Thais: Chora, garota!
Mari: Que bom humor contagiante. -rimos- Você vai embora hoje, né?
Thais: Sim, meu voo é o das 22:00.
Mari: Ah, então da tempo. -riu- Preciso da sua ajuda.
Thais: Mari, eu definitivamente não vou dirigir até a Flórida pra te levar pra Disney, capaz de nos perdemos e sermos mortas por algum serial killer, em algum caminho aleatório fora da inter-estadual. Ou encontrar algum espírito do mal, você sabe, tipo Supernatural. Eu tenho um filho agora, não posso morrer.  -Mariana gargalhou do outro lado da linha-
Mari:
Thais, como é você é ridícula...-ela ainda ria bastante- Para de assistir essas séries, já te falei.
Thais: Calada, você assiste Keep Up With The Kardashians. -ela riu-
Mari:
Elas são divas -a interrompi-
Thais:
Cadê o foco dessa conversa?
Mari: Verdade. Enfim, me ajuda a escolher um vestido pro Baile de Primavera?
Thais: Vou poder ir no Baile?
Mari: Não!
Thais: Então não. -ri-
Mari:
Thais, linda, por favor.
Thais: Eu não era ridícula há um minuto? -rimos-
Mari:
Af.
Thais: Em uma hora passo aí, e não vou esperar. Kisses, baby.

Tomei meu banho relembrando a época do colegial, e mesmo tendo uma ótima vida agora, aquilo me fazia falta. Acho que sempre fará, para qualquer um, afinal é lá que você faz amigos, tem suas primeiras experiências negativas e positivas, ri, chora, supera. O colegial é uma parte de nós.
Me livrei dos pensamentos nostálgicos e desci; as três e o Rafa estavam de saída.

Thais: Vó, por que a senhora ia sair com essas traidoras e me deixar? -ela riu-
Joanna:
Você estava dormindo tão bem, não quis chamá-la.
Rafa: Estamos indo fazer compras, adivinha? Times Square. -mandou beijos- Vamos?
Thais: Vou sair com a Mari.
Isabela: Quer algo?
Thais: O maior pote de Nutella que encontrarem! -ela riu assentindo e saíram- 

Tomei um café da manhã bem leve, suco e sanduíche naturais.
Peguei um táxi, e no horário marcado, já estava tocando a campainha, tia Lu me atendeu, abracei e entrei.

Luciana: Acredite se quiser, Mariana nem se levantou ainda.
Thais: Vou matar!
Luciana: Faz esse favor. -rimos e eu subi; encontrando a Mariana deitada em sua cama, enrolada no edredom, mexendo no iPhone com aquela case brilhante que me deixa cega, e assistindo, nada mais, nada menos que o programa das Kardashians-
Thais:
You are a bitch!
Mari: Oi, amorzão! -riu se levantando- É que o episódio é inédito. -lhe fuzilei com os olhos- Ok, tô indo pro banho. -riu e correu pro banheiro. Desci novamente e a tia Lu estava na cozinha, comendo, sentei-me de frente para ela na bancada, e ficamos conversando, enquanto eu também comia o melhor bolo de cenoura, o dela-

Luciana: ...Queria tanto estar com o Mateus; mas tem o trabalho, e não gosto de deixar a Mariana sozinha, Paulo trabalha quase o dia todo.
Thais: Por mim, eu iria. Mas ele diz que é melhor não ficar viajando porque estou grávida. Vê se pode? -ela riu da minha indignação-
Luciana:
Imagina quando ele for pai? -sorri imaginando; e ela tocou em um ótimo tópico-
Thais:
Tia? Posso perguntar uma coisa?
Luciana: Claro.
Thais: Mateus me contou sobre o que a senhora pensa do relacionamento dele e da minha irmã. Isso é sério?
Luciana: Thais, você sabe que amo você como se fosse minha filha, e por que? Porque você haje como uma, faz bem para o meu filho. Isso automaticamente me desperta bons sentimentos sobre você; é assim desde aquele dia que eu vi você defender ele na saída da escola, quando tinham só dez anos. O contrário também acontece; sua irmã machucou tanto meu filho, e não estamos falando só de sentimentos; e se nós tivéssemos perdido o nosso Mateus naquele acidente? -seus olhos marejaram- Só não posso correr o risco de vê-lo mal outra vez.
Thais: Eu te entendo, juro. -suspirei- Mas e se ela realmente mudou? Esse amor dele é desde que tínhamos quatorze anos, e nunca se alterou, e se tem um propósito? Quem sabe até divino. Por que será que algo duraria tanto se não fosse para dar certo? Eu acompanho toda história, e essa é a minha opinião; acho que nós devemos deixá-los encontrar o caminho certo.
Luciana: Talvez você tenha razão, mas...-deixou a frase no ar-
Mari:
Tô pronta! -entrou gritando-
Thais:
Que susto, etê! -tia Lu riu- Vamos, vai! E, tia, pensa nisso; te amo. -beijei seu rosto e saí com a Mari-

[...]

Eu realmente seria uma boa irmã mais velha se tivesse tido a oportunidade; mas já que não tive, a vida deu à Mariana Levine a missão de me perturbar em relação a isso.
Nós somos realmente irmãs, adoro estar com ela, implicando, aconselhando; e nossa tarde não foi diferente.
Fomos em um shopping e em lojas independentes em busca de seu vestido; enquanto ela também me pedia ajuda para escolher seu par, já que seis garotos a convidaram. Mateus e eu nunca fomos populares assim, a verdade é que sempre pensavam que éramos namorados; e isso afastava garotos e garotas, na verdade é engraçado, não na época, claro.
Escolhemos o vestido, almoçamos juntas e passeamos o resto do dia, depois de deixa-la em casa; me despedi dos tios e fui para a casa da minha avó.
Só tive tempo de comer minha big Nutella, antes de arrumar e partirmos para o aeroporto.

[...]

Acordei muito bem disposta, e logo estava a caminho da Glow, parece que minha dupla de primos favorita tinham algo para me falar.
Assim que estacionei, o jogarzinho me ligou, e ficamos conversando bastante tempo antes que eu descesse do carro. Ele teve que desligar, mas combinou de me buscar para o almoço.
Segui direto para a nossa sala, sim, Rebeca, André e eu dividiremos uma sala. Ela já estava terminada, só faltava mesmo a decoração; o que é algo que ainda decidiremos, nenhum dos dois estavam lá, apenas alguns funcionários da reforma circulavam pelos corredores. Atravessei a rua e comprei um frapuccino de chocolate no Starbucks, em seguida voltei e comecei a elaborar anúncios para atrair funcionários, nada muito complexo, apenas para exercitar minha mente publicitária.
Em meia hora, o André chegou sozinho, avisando que Rebeca não viria por conta de uma dor de cabeça.
A notícia que ele me passou foi de que nossa agência recebeu um convite para um congresso sobre publicidade, em Londres, na próxima semana. André se propôs a ir, Re já havia concordado, e claro que eu não seria a estraga prazeres; ele estava muito empolgado com isso, e fiquei bem feliz.
O resto da manhã nós ficamos ali juntos elaborando os anúncios, reservamos seu hotel e passagem, pensamos e pesquisamos sobre a decoração da Glow; e contatamos alguns ex colegas de turma na faculdade, e fim de marcar entrevistas e contratá-los.
Digo e repito, quando fazemos algo que amamos o tempo voa; e foi assim, e nem me dei conta e a manhã já havia ido embora. Assim que o André avisou que iria sair para almoçar, alguém bateu na porta, e como ele já estava de pé, foi atender, enquanto continuei focada na tela do meu computador; até que ouvi aquela voz raivosa.

Neymar: Que porra é essa? -ele e André se encaravam-
André:
Oi, Neymar.
Neymar: Oi é o caralho!
Thais: Neymar? -me levantei com as mãos sobre a barriga, na infantil tentativa de que meu filho não ouvisse aquelas palavras do seu pai. Neymar me olhou, muito bravo-
Neymar:
Posso saber o que ta acontecendo?
André: Nós...-Neymar interrompeu-
Neymar:
Cala boca, mano, tô falando com ela! -ele cerrou os punhos-
Thais:
André, pode ir. -pedi docemente-
André:
Você tem certeza? -perguntou preocupado-
Thais:
Sim, tudo bem. -ele me olhou triste antes de deixar a sala. E a versão revoltada de Neymar novamente se voltou para mim-
Neymar:
Quando você pretendia me contar que agora aquele cara é seu sócio na Glow? -usou todo o sarcasmo que conseguiu-
Thais:
O que? Eu só esqueci, tem acontecido tanta coisa com a gente ultimamente, foi erro meu não ter dito. Mas se serve de consolo, não é só ele, a Rebeca também será minha sócia. -expliquei calmamente-
Neymar:
Não, Thais, não serve de consolo. Até porque eu não vejo nenhum cabimento nisso! Vocês trabalhando juntos, todos os dias, o dia inteiro! -seu sarcasmo estava começando a virar raiva novamente-
Thais: E
u realmente não quero falar disso -me sentei outra vez- Já tô exausta de bater na mesma tecla.
Neymar: Não parece, porque continua fazendo merda. -o encarei incrédula-
Thais:
Olha como você ta sendo infantil. -juntei toda minha paciência e argumentei sem me alterar-
Neymar:
Eu to sendo infantil? Você chama um cara, que daria tudo pra ficar com você, para ser seu sócio, e quer que eu bata palmas? Você nem pediu minha opinião sobre isso!
Thais: Não pedi porque não tem necessidade. Eu vejo o André como um amigo, e um profissional qualificado, que é o que ele é!
Neymar: Amigo? -riu irônico- A infantil da história é você, ou finge ser, ta estampado na cara dele que faria qualquer coisa pra ficar contigo; mas não, você fica com esse papo de amiguinho. Nem fodendo, Thais!
Thais: Olha quanta besteira você ta falando! Nós já brigamos inúmeras vezes por esse motivo...-ele me interrompeu-
Neymar:
Um motivo chamado "André".
Thais: Não. Um motivo chamado "sua imaturidade". Achei que com todas essas discussões você tivesse aprendido alguma coisa. Que você tivesse percebido que é do seu lado que eu quero estar, droga! -não aguentei e gritei-
Neymar:
Então me da pelo menos um motivo, pra entender porque, depois de cada briga, esse cara ainda surge como pivô de uma briga nova? Por que ele ta sempre na sua vida? -sua voz era firme mas ele não gritava comigo, e descontou sua raiva chutando o puf-
Thais:
Porque ele é meu amigo!
Neymar: Amigo que já ficou com você! -dessa vez ele gritou e eu tive vontade de chorar, mas não fiz-
Thais:
O que você quer dizer, Neymar Júnior? Se tem alguém com a fidelidade à prova, esse alguém não sou! -disse por impulso e logo me arrependi. Mas não havia o que fazer, palavras ditas não podem ser mudadas. Sua boca estava aberta para mais uma resposta, mas então ele se calou. Engoliu em seco e respirou fundo-
Neymar:
Pensei que isso era para ser esquecido. Mas se você não é capaz de fazer isso, não sei se vai dar certo outra vez...-disse olhando nos meus olhos e saiu da sala batendo a porta. Imediatamente eu desabei no choro. Não poderia pensar em perdê-lo de novo, mas estava magoada; e com todas essas pendencias, daria mesmo certo ou só estamos fugindo do inevitável?
O resto do meu dia acabou, foi uma droga. Fui para casa, e só almocei por consideração ao meu filho, chorei e dormi o resto daquele dia de merda.

Acordei com o meu despertador, eu realmente havia apagado a noite inteira, e se não me apressasse iria me atrasar para o ultrassom. Doutora Juliana estava convicta de que descobriríamos o sexo desta vez; e apenas isso me fez ficar alegre.

[...]

Troquei de roupa e deitei na maca, a médica começou seu procedimento aplicando aquele gel hiper gelado sobre a minha barriga, e antes que pudesse aproximar o aparelho que transmite as imagens e sons, bateram na porta da sala. Ela pediu licença e se levantou para atender, segundos depois eu senti aquele perfume, Neymar estava ali. Sorriu para mim seu mostrar os dentes, e percebi que forçado, outra coisa perceptível eram seus olhos inchados. Ele também chorou?
Acredito que a doutora notou o clima pesado entre nós, mas não disse nada, agradeci mentalmente.
Neymar: Oi. - sua voz saiu fraca, e ele disse parando ao meu lado na maca-
Thais:
Oi. -respondi no mesmo tom- Pensei que não viria. -confessei enquanto a médica passava o aparelho sobre a minha barriga, em busca das primeiras imagens-
Neymar:
Eu nunca vou perder nada relacionado com o meu filho. -fez questão de ser frio e enfatizar que eu não tinha importância, mas o que realmente importa é o bebê, então tudo bem. Mas claro que doeu.
Encarei o monitor, tentando segurar as lágrimas. Juliana começou a nos indicar cada pedacinho da nossa pequena preciosidade, e ele era perfeito-
Juliana:
Aqui está! -ela sorriu e eu não entendi muito bem- Este é o sexo...meus parabéns, vocês serão pais de uma menininha! -sorriu e eu só sabia chorar, antes queria chorar por tristeza; mas agora era diferente. Uma onda de felicidade me encheu o coração, eu teria uma princesa para chamar de minha dali a alguns meses. Levantei meu rosto e meus olhos se encontraram com os dele, aqueles olhos verdes, ele também chorava. Júnior voltou a olhar o monitor e sorriu; e eu achei que não suportaria tanta felicidade, e então me lembrei da briga...Mas foi uma tristeza novamente passageira; porque a médica nos fez escultar o som do coração da NOSSA FILHA pulsar; isso era mágico, eterno, único. Eu só queria tê-la logo nos meus braços, para amá-la, educá-la, protegê-la, ser dela e ela minha.






It's a girl!

Pera aí que eu tô chorando com esse final! Aloô, Brasseeeeeeeel; o bebê Thamar é uma menina! Gostaram?

Comentem aí o que acharam, esse capítulo ficou uma bosta porque tô zerada de criatividade, então sorry! Mas comentem, pra tia Bia ficar feliz.

Me desculpem pela demora, não é de propósito, juro. Então, acho que o próximo capítulo é o penúltimo, quem vem chorar junto comigo? 

É isso aí, talvez eu esteja esquecendo de algo, mas não lembro, afinal eu esqueci. Beijos, amo vocês ♥